domingo, 10 de maio de 2009

Web 1.0 e Web 2.0: diferenças não são mera coincidência

Poderia ser mais uma das tantas nomenclaturas que circulam no universo da Internet, mas as definições de Web 1.0 e Web 2.0 demarcam épocas da comunicação na rede bem distintas, especialmente quando se fala nos usuários. A Web 1.0 nomeou o contexto em que a Internet era vista restritamente como uma ferramenta de diminuição de custos para as empresas e uma facilitadora do trânsito das informações e do caminho dos negócios. Tudo era muito organizado considerando o lado econômico, o comércio, e o usuário da rede era nada mais que um simples consumidor. Parecia que a integração das pessoas numa rede mundial de computadores era apenas um novo meio a ser explorado para se chegar, com mais rapidez, ao "comprador" final de um produto, que tinha pouco a participar no processo, apesar da sua importância.
A Web 2.0 reorganiza o ambiente da Internet. Novas ferramentas, as chamadas wikis, e o comportamento opinativo dos usuários acabaram transformando a organização dos conteúdos e da estrutura da rede. O navegador, antes visto como um mero consumidor, passa a ditar como os conteúdos devem circular, e ele mesmo começa a ser um produtor e organizador dessas informações. Com o acesso simples e rápido às ferramentas que lhe permite interagir no universo da Internet, o usuário criou sua mídia e deixou de ser apenas um espectador. Em blogs, sites de relacionamento, salas de bate-papo, ele tem poder de escolher seus conteúdos e participar ativamente do que é produzido.
Ao contrário do que ocorria na Web 1.0 - em que a troca de e-mails e de mensagens instantâneas era a grande novidade e o principal benefício percebido por aquela primeira geração de usuários -, na Web 2.0, o usuário e suas relações são o foco mais importante de todo o processo de troca de informações. Ele escolhe o que vai ler, como e quando fará isso, no espaço, tempo e forma que determinar. Perdeu-se a noção de que a informação era um bem restrito, de difícil acesso e delegado a um grupo específico, que, de acordo com seus interesses, definia o que o usuário consumiria na Internet. No contexto do Jornalismo, por exemplo, a Web 2.0, oportunizou ao leitor, telespectador, ouvinte, uma chance real de interferir nos conteúdos, participar da disseminação das notícias e ajudar no aprimoramento da informação, porque, agora, ele pode dizer o que pensa, e, o que ele pensa, passou a ter importância fundamental. Esse comportamento participativo tem mudado a maneira como a notícia circula e é consumida. O interesse do usuário por esta ou aquela informação é o que determina, hoje, o valor, o brilho, o destaque que aquilo vai ter.
A rede, como nunca se viu, conquistou seu sentido agregador, em que as pessoas influenciam no contexto e têm uma interação mútua, trocando experiências e enriquecendo o leque do que transita na Internet. Antes dessa revolução - por que não chamar assim? – o processo de comunicação via web tinha só um sentido. A Web 2.0 é um nome à democratização da informação, que, se ainda não é plena, falta pouco para chegar lá.
Aluno: Bruna Porciúncula

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